O 1º Cinema

História do 1º Cinema

A Sociedade Musical Odivelense desperta para a magia do Cinema nos anos vinte do século passado, iniciando um processo que vai dar lugar ao primeiro Cinema em Odivelas.
As primeiras projecções cinematográficas decorreram numa sala cedida pelo Clube os Passarinhos, com sessões muito pontuais e de iniciativa privada.

 

Deste período inicial nada ficou registado sobre os filmes que foram exibidos. Porém, destas primeiras experiências cinematográficas resultaram dois fatores: o fascínio pelo Cinema e a consciência de que esta atividade era altamente rentável. Assim, o espaço que o Cinema ocupa dentro das atividades da SMO vai sendo cada vez maior, transformando-o na década de 30 na principal atividade, lugar que vai ocupar até aos anos 70.

A partir 1931, com a edificação da Sede própria, a exibição de cinema ganha um carácter mais regular, registando-se a apresentação de Filmes como “A Maria Papoila “, “ A Aldeia da Roupa Branca “ ou “ O Ditador”.

 

Em 1936 e de acordo com o oficio do Ministério das Obras Públicas e Comunicações, é autorizada a exploração do Salão de Festas como Cinema, ganhando assim consistência o projecto que virá a dar lugar ao Cine – Teatro.

 

As exibições efetuadas na sede, eram complementadas com as sessões de cinema ao ar livre, durante os meses de verão. Estas sessões inicialmente eram realizadas em espaços cedidos temporariamente para a realização da animação de Verão. Um dos primeiros locais onde foi projetado Cinema ao ar livre, foi no quintal do Sr. Antunes Branco, que no ano de 1938 o disponibiliza à S.M.O. Em 1956 o Cinema ao ar livre deixa de ter esta envolvência precária, com a negociação com o proprietário de um outro local, sito na Rua do Souto, em Odivelas, o Sr. Valentim Duarte das Neves. É neste local que se virá a edificar a Cine Esplanada, cuja inauguração se efetua a 29 de Junho de 1956, dotando o Cinema ao ar livre de um espaço e vida própria.

 

O empenho dos órgãos dirigentes em desenvolver esta atividade de forma direta é visível no teor do ofício dirigido ao Sindicato Nacional dos Profissionais de Cinema, a solicitar que admitissem a exame “ … de segundo projecionista o Sr. Sebastião Monteiro Freire …” , um dos diretores da Direção da Sociedade desse período.

 

A licença do título definitivo da exploração da esplanada como Cinema, só é atribuída pela Secretaria Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo em 1967, passando os odivelenses a dispor de uma sala de Cinema ao ar livre com uma lotação de 500 lugares.
Até à década de 80 o Cinema “ é indubitavelmente a principal atividade [da] Sociedade, pois que é dela que depende na quase totalidade …”, em termos económicos . Esta situação só vai ser alterada após a implantação de novos espaços concebidos de raiz para a atividade cinematográfica, que passaram a oferecer à população de Odivelas uma programação mais cuidada e atualizada.

 

O Cine Teatro e a Cine Esplanada da SMO não dispunham de condições para enfrentar este desafio. Assim, termina um dos ciclos mais lucrativos e populares desta Sociedade.

 

Ver também:

História da Sociedade Musical Odivelense