A figura que emerge dos registos deixados na documentação coeva, como o fundador da S.M.O., é António Maria Bravo, de descendência espanhola por parte paterna, empresário, destacando-se na sua actividade a de armador.
Tendo nascido do outro lado do Tejo, no Barreiro, a sua ligação a Odivelas surge através da compra, por parte de seu pai, da Quinta do Espírito Santo, em Odivelas, onde este se vem a instalar após se retirar dos negócios em 1852. Esta Quinta passa a ser a casa de férias da família ligando-a às gentes desta terra.
Será esta relação próxima com um meio tão desfavorecido que provavelmente despertará em António Maria Bravo o empenho em contribuir de alguma forma para a alteração dessa penosa realidade, instalando na sua quinta em Odivelas a primeira escola primária, sendo a alimentação das crianças que a frequentavam, o pagamento do salário da professora e tudo o resto necessário ao seu funcionamento, responsabilidade sua.
A ausência de qualquer actividade cultural na localidade levará ao seu envolvimento na constituição da Sociedade Philarmónica Odivelense. Este envolvimento será determinante a vários níveis. Contudo, será decisiva para a viabilidade deste projecto a sua contribuição económica, primeiro a título de empréstimo, da quantia necessária para a aquisição dos primeiros instrumentos musicais para a sociedade, e depois, todos os empréstimos e doações que foi fazendo a esta instituição, ao longo da sua vida.